PARIS  CAPITAL AGRÍCOLA

Numa tribuna livre publicada em 28 de outubro de 2019 no Le Monde (o jornal de referência em França), duas adjuntas da presidente da câmara (Mairie) da capital francesa, Anne Hidalgo, propõem a criação da cooperativa AgriParis para tornar a cidade diretamente produtora de grande parte dos alimentos de que necessita.

No artigo, Célia Blauel e Pénélope Komitès, e ainda Jean-François Rial, dirigentes da plataforma cívica Paris Em Comum, apoiante de Anne Hidalgo, escrevem que a batalha climática é também uma batalha agrícola, já que 20 por cento das emissões de carbono na cidade provêm dos alimentos. A causa está num modo de vida que muitos parisienses já não desejam. E afirmam a convicção de que «nos podemos alimentar melhor com alimentos produzidos mais perto e podemos fazer de Paris uma capital agrícola».

Por isso, a plataforma que dirigem propõe que seja criada a AgriParis com o fim de gerir o abastecimento da capital em alimentação biológica, ética, social, numa palavra, ecológica. Segundo eles, o poder municipal tem a capacidade de gerar um efeito de arrasto com vista a esse objetivo. E assim evitar as centenas de quilómetros que os alimentos viajam para chegar ao prato dos residentes na capital, o que consideram uma aberração ambiental. É também uma questão de saúde e de luta contra a poluição da água, do ar e do solo, e um desafio social a que os agricultores possam viver dignamente do seu trabalho.

No artigo, propõem que AgriParis seja criada como uma sociedade de economia mista cooperativa, por forma a que a região parisiense possa produzir grande parte do seu consumo alimentar,  em modo de produção biológico, renovando assim a antiga tradição hortícola da região. E concluem: «Do campo ao prato, a agroecologia representa o futuro da nossa cidade e um passo mais para construir um mundo mais justo no plano social e ecológico.»

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